
É o tumor maligno mais freqüente no homem. Sua ocorrência aumenta, sobretudo após os 50 anos de vida e a influência genética sobre a sua ocorrência é fundamental. O tumor de próstata é um tumor insidioso, ou seja, de progressão lenta e raramente dá sintomas quando na fase inicial o que faz com que a avaliação urológica rotineira e preventiva seja fundamental na sua detecção.
Hoje, recomenda-se que todo homem com idade superior a 50 anos ou aqueles que têm casos na família (pai, avô irmãos) com idade superior a 45 anos façam avaliação urológica para detectar a ocorrência do câncer prostático. Esta avaliação deve consistir no mínimo, na realização do toque prostático e da dosagem do PSA (antígeno prostático específico). Conforme o caso, o urologista determinará a necessidade de outros exames complementares e de quanto em quanto tempo será necessário uma re-avaliação.
Causas: acredita-se que a principal causa de câncer de próstata seja genética. Vários estudos mostram que o tabagismo e dieta rica em gordura animal aumentam a sua incidência.
Diagnóstico: o diagnóstico definitivo é feito pela biópsia da próstata, a qual é realizada em regime ambulatorial sob sedação. Em alguns casos, a ressonância magnética da próstata pode ser realizada antes da biópsia ou mesmo em substituição a ela.
Tratamento: o tratamento do câncer da próstata vem passando por algumas mudanças. O tratamento pode consistir desde seguimento em alguns casos até o tratamento mais agressivo, feito por cirurgia, radioterapia e hormonioterapia/quimioterapia associados.
Na maioria dos casos, a cirurgia ainda constitui a principal forma de tratamento. A cirurgia, chamada de prostatectomia radical consiste na remoção da próstata e das vesículas seminais. Em alguns casos, realiza-se também a retirada dos gânglios linfáticos da região ilíaca e, em outros até de outras regiões. A prostatectomia radical é uma cirurgia de médio porte, que evoluiu muito nos últimos anos, porém, ainda apresenta como principais complicações a longo prazo a incontinência urinária e a impotência sexual (disfunção erétil).
A ocorrência de incontinência urinária severa, que obriga o paciente a usar fraldas ou vários absorventes/dia é incomum, cerca de 3% dos casos. Entretanto, quase todos os pacientes operados apresentam algum grau de incontinência urinária após a cirurgia, obrigando-os a usar um absorvente. Esta incontinência geralmente leve, melhora com o decorrer do tempo, que pode variar de algumas semanas ate um ano.
A disfunção erétil após a cirurgia é bem mais comum, afetando cerca de 70 a 80% dos pacientes. Tal como a incontinência urinária, é mais comum nos pacientes mais idosos, tabagista, diabéticos ou portadores de outras doenças. Também melhora com o tempo, porém cerca de 30 a 50% dos pacientes operados apresentarão algum comprometimento da ereção após a cirurgia.
A prostatectomia radical pode ser realizada por três técnicas cirúrgicas diferentes: a via tradicional aberta, por laparoscopia ou por laparoscopia auxiliada por robô (conhecida por prostatectomia robótica). Esta última vem ganhando muito espaço e atualmente, nos Estados Unidos, 90% das prostatectomias são realizadas pela via robótica. Apregoa-se que com esta técnica, o índice de impotência e incontinência após a cirurgia é menor, o que não se conseguiu provar cabalmente até o momento. O índice de cura também parece ser o mesmo que o das outras técnicas. Por outro lado, o pós-operatório é mais tranqüilo e a velocidade de recuperação da continência urinária é mais rápida com a técnica robótica. O índice de cura parece ser o mesmo quando se comparara a técnica robótica com a técnica tradicional.
Outra forma de tratamento é a radioterapia, que pode ser feita pela via externa ou pelo implante de sementes radioativas na próstata (braquiterapia). Em alguns casos, a radioterapia apresenta os mesmos índices de cura que a cirurgia, sem a desvantagem da incontinência urinária, porém também com a ocorrência de disfunção erétil. A radioterapia pode em alguns casos acarretar efeitos adversos, como a inflamação da bexiga (cistite actínica) e do reto (retite actínica), raros hoje em dia graças ao progresso da técnica.
A hormonioterapia e a quimioterapia são tratamentos auxiliares e não curativos. A quimioterapia em evoluindo muito nos últimos anos e permite um prolongamento importante da vida dos pacientes, sobretudo aqueles com tumores avançados.
Perguntas freqüentes:
- Vasectomia provoca câncer de próstata? Não há nada provado até o momento.
- Doenças venéreas provocam câncer de próstata? Também não parece haver qualquer relação entre um e outro.
- Se meu pai, avô ou irmão tiveram câncer de próstata eu tenho maior chance de ter? Sim; em alguns casos, a chance de ter câncer de próstata aumenta em seis vezes.
- Vida sexual intensa aumenta a chance de ter câncer de próstata? Não há nenhuma relação entre um e outro.
- Dieta e poluição causam câncer de próstata? Há relação entre o alto consumo de gordura animal, alimentos manipulados e câncer de próstata. Com relação aos demais, os dados são controversos.
- Alguns casos de câncer de próstata não requerem tratamento? Sim; alguns tumores, pouco agressivos, podem ser apenas acompanhados, sobretudo em pacientes mais idosos.
- A disfunção erétil e a incontinência decorrentes da cirurgia melhoram com o tempo? Ocorre uma melhora progressiva no primeiro ano que pode se prolongar até o segundo ano após a cirurgia.
- A disfunção erétil e a incontinência têm tratamento? Sim; o tratamento pode variar desde medicamentoso até outras cirurgias para correção do (s) problema (s).
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