
Esse nome, aparentemente complicado, é usado para designar o crescimento da próstata que ocorre em todo homem, geralmente após os 50 anos de idade. Esse crescimento, determinado geneticamente, ocorre de forma diferente nos diversos tipos de população, ou seja, é mais frequente entre indivíduos da raça negra e menos frequente entre orientais. Também aqui, como no câncer da próstata, indivíduos com antecedente familiar também têm maior chance de apresentar o problema.
O crescimento pode se iniciar antes mesmo dos 50 anos de idade. No inicio também não provoca sintomas e sua progressão é muito lenta. Os sintomas caracterizam-se por dificuldade ao urinar, como jato urinário fraco e gotejamento ao final da micção, sensação de resíduo após urinar, necessidade de acordar a noite para urinar (3-4 vezes/noite), desejo muito forte de urinar (urgência miccional) e eventualmente perda de urina antes de chegar ao banheiro. Menos frequentemente há sangramento na urina e dor ao urinar. Nos casos mais graves, ocorre a impossibilidade completa de urinar (retenção urinária), obrigando a colocação de sonda na bexiga. Pacientes com quadros graves e moderados e não tratados podem sofrer lesões na bexiga, algumas vezes graves e irreversíveis.
A doença é pouco influenciada pelos fatores ambientais ou hábitos, porém, também aqui parece haver influência do tabagismo e da poluição atmosférica na sua maior ocorrência. Não parece haver dieta que evite o crescimento benigno da próstata.
Constatado o problema, urologista deve iniciar o tratamento, que pode ser desde apenas a orientação até o tratamento cirúrgico, passando por medicações. Em geral, quadros mais leves podem ser apenas acompanhados ou tratados com medicamentos.
Existem basicamente duas classes de medicamentos utilizados no tratamento da hiperplasia benigna da próstata: os chamados alfa-bloqueadores, que agem dilatando a uretra (canal que via da bexiga ao pênis, por onde a urina é eliminada) e com isso facilitando a micção e os que agem diminuindo o tamanho da próstata. Ocasionalmente utiliza-se a associação dos dois tipos de medicação.
O tratamento cirúrgico, é realizado na maioria dos casos pela via transuretral, ou seja, não há necessidade de cortes para a remoção da porção da próstata que está crescida. Este tratamento vem apresentando grande evolução. Atualmente existem várias formas para sua realização como novos tipos de aparelhos que usam corrente elétrica ou laser. A recuperação é mais rápida; a internação varia entre dois e quatro dias. Neste período o paciente fica com sonda uretral, porém recebe alta sem a mesma. Em geral em 10-15 dias pode voltar ao trabalho e atividades leves, variando em cada caso.
A cirurgia aberta é pouco empregada atualmente, sendo reservada a casos de próstata muito grandes. Requer um tempo um pouco maior de internação e sua recuperação é mais lenta, porém os resultados também são excelentes.
Novas formas de tratamento da hiperplasia prostática por via transuretral estão chegando, e prometem ser menos agressivos, com menor tempo de internação. Ainda estão em fase experimental e logo teremos novidades nesta área.
Perguntas frequentes:
- A hiperplasia prostática benigna predispõe ao câncer de próstata? Não. Não parece haver qualquer evidencia neste sentido
- O tratamento cirúrgico da hiperplasia prostática provoca disfunção erétil (impotência sexual)? Também não parece haver evidencias nem para o tratamento transuretral como na cirurgia aberta.
- O tratamento cirúrgico provoca alteração na ejaculação? Sim, na maioria dos casos. Durante a cirurgia uma válvula (esfíncter) que participa do mecanismo da ejaculação é removida, provocando a chamada ejaculação retrógrada, ou seja, o sêmen vai para a bexiga durante a ejaculação ao invés de ser eliminado pela uretra. Esse problema leva à infertilidade, não tendo outras consequências.
- O tratamento com medicamentos pode curar a hiperplasia benigna da próstata? Não. O tratamento é sintomático e paliativo, ou seja, promove a melhora dos sintomas. Uma vez interrompido, os sintomas podem voltar.
- O tratamento medicamentoso tem efeitos adversos? Sim. Entre os mais comuns estão: alteração na ejaculação, cefaleia, tontura, disfunção erétil. Estes efeitos são reversíveis, ou seja, cessam com a parada do tratamento.
- Tomate faz bem para a próstata? O tomate é rico numa substancia chamada licopeno, que parece ter ação benéfica na próstata. Entretanto a quantidade diária de licopeno necessária para este efeito é grande, o que nos obrigaria a ingerir uma quantidade enorme de tomates por dia. Outras plantas e extratos também parecem ter efeito benéfico sobre a próstata.
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